segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Junho e 7 de Setembro de 2013

A pacificação do povo, a corrupção e as manifestações no Brasil
Os acordos gradativamente revelados e desdobramentos da Copa do Mundo são inaceitáveis, os culpados irão para a cadeia? Os mensaleiros de todos os estados pagarão seus “erros”? a corrupção no Brasil continuará viabilizando processos intermináveis? Festa para os advogados...
Muita gente está com medo do povo no Brasil.
Medo do povo é algo natural. Ao longo da história da Humanidade a plebe [1]·, qualificação romana [1], sempre foi objeto de cuidados especiais, merecendo até preceitos religiosos[2], pois a origem dos medos contra o povo em geral vêm de longe [3]. A cautela compreendia muito mais [4] [2]. Em nosso país os bandidos ultrapassaram as barreiras da prudência.
Escândalos criaram ministérios, secretários e ministros, pode?
As lições de revolta foram perdidas e até podemos acrescentar que no Brasil novelas e vinhos importados somam-se a luxos que o supermercado internacional oferece para a classe média e acima. Alimentos são exportados para garantir a farra dos comensais... Governantes acreditaram que todos os “burgueses” aceitariam uma parte do butim (para não haver dúvidas:  1. Conjunto de bens tomados ao inimigo. = DESPOJO, ESPÓLIO, PRESA; 2. Produto de roubo. = PILHAGEM – dicionário Priberam) silenciando.
Voltemos à história da Humanidade.
 A divisão das pessoas em classes sempre formou uma separação odiosa (à medida que serve para exploração de gente indefesa), funcional [2] ou cautelar[5], mas muito conveniente a quem detinha o poder. A história das “cidades-estado” [2], impérios e da própria monarquia trazem exemplos que merecem análises.
Tudo acontece por efeito de nossos instintos, índole e natureza [5], algo que a sedentarização e formação de comunidades imensas precisa dominar pela educação e estímulo ao lado positivo de nossas personalidades.
A evolução da sociedade humana depende da visão de injustiças e equívocos tradicionais. No século 21 a sustentabilidade da Humanidade dependerá da utilização racional de espaços e riquezas naturais, assim como da fraternidade universal. O ser humano chegou a um ponto em que sua capacidade de destruição ultrapassa o poder de dissuasão das forças institucionais. Qualquer um, medianamente instruído, poderá causar tragédias. Assim, não é inteligente provocar e ofender uma juventude que se prepara para ocupar o lugar dos mais velhos. É bom ouvi-la e com ela governar.
No quadro das humilhações para quem, graças aos meios de comunicação alternativos, descobre e conhece, governantes e corporações têm se mostrado venais, estimulando revoltas ainda pacíficas, apesar do carimbo de medo e vandalismo que a mídia comercial impinge aos manifestantes.
Merece uma análise especial os privilégios das elites dominantes, nisso poderemos sentir o aprimoramento das técnicas de constrangimento, eliminação da capacidade de reagir e de cooptação. Os circos romanos [3] mostraram com agudeza a compreensão dos patrícios [6] em distrair o povo. Em Roma além das arenas os imperadores, conscientes de sua fragilidade, criaram a guarda pretoriana [7]. O poder de minorias sobre grandes populações era, via de regra, justificado por sacerdotes e imposto pela força de exércitos e cooptação (cargos honoríficos, privilégios etc., nada muito diferente do que existe até hoje).
Qualquer inversão de forças gerava a mesma distribuição com novas pessoas e as mesmas classes na pirâmide social.
Monarquias e impérios exercitaram inúmeras estratégias de dominação. A eficácia era viabilizada pela incapacidade de estudar, aprender e até de sobreviver sem os favores de um poder central, que em tempos de crise podia redistribuir alimentos ou inventar guerras. Nossos ditadores de plantão sabem disso, assim a paz é sempre difícil entre os povos.
Um bom exemplo de cenários complexos pode-se conhecer estudando a história francesa, riquíssima em situações exemplares [6].
Na França a reconstrução de Paris com Haussmann [4] foi apenas um capítulo dos cuidados que imperadores tiveram em garantir a sobrevivência de seus luxos e vícios [5]. Já antes de Versalhes os palácios fortalezas tinham esse objetivo e as cidades fortificadas eram necessárias aos burgueses, clero e governantes.
Tudo isso sem falar do que acontecia e ainda existe dentro de famílias, empresas, repartições públicas etc.... O aprimoramento das relações humanas é um desafio permanente.
A organização das sociedades a partir dos tempos mais remotos até recentemente foi o abuso do arbítrio e luxos das cabeças coroadas ou simplesmente bem armadas. A parceria entre o poder temporal[8] da Igreja Católica e de governantes, como exemplo, e os poderes de império gradualmente consolidados [6] criaram a lógica do “tudo posso” na cabeça dos grandes chefes, algo que se propagou à Corte. As arbitrariedades e atos de corrupção transformaram o mundo. Os excessos e as humilhações formaram o caldo de onde as grandes revoluções trouxeram a democracia moderna, ainda frágil diante das arbitrariedades de quem está de plantão nos parlamentos, palácios, empresas e redondezas.
Paralelamente à posse de equipamentos, comando de forças policiais e muitas formas de distração e cooptação os detentores da força máxima neste e em outros mundos desenvolveram a arte da propaganda[9], da comunicação e informação de acordo com suas conveniências.
No Brasil estamos sob o império de processos de propaganda extremamente eficazes graças aos sistemas de comunicação televisivos, rádio e à mídia impressa.  Nada mais natural se os abusos não tivessem criados hábitos nocivos, modismos ridículos e viabilizado a dominação de grupos lesivos ao povo.
O Programa Mais Médicos [11] é um exemplo impressionante de improvisação marqueteira [12] e oportunista, apesar de seus méritos. Algo parecido com o que se fez no Setor Elétrico [13], essa produzida para agradar a FIESP.
Felizmente novas propostas ganham força. Ler, estudar e divulgar os ensinamentos de muitos e excelentes sociólogos e filósofos modernos [7], lembrar que Hannah Arendt pretendia escrever sobre homens de ação quando morreu e que a dialética negativa[10] aparece com força no trabalho de Michel Foucault [7] leva-nos a exaltar nosso povo manifestante, pois ele é que vive e sofre os efeitos de governos alienados.
Os “intelectuais especializados” [15] em gente brasileira ganham força nesse processo de conhecimento e luta pelo aprimoramento da vida dos brasileiros.
Felizmente bons livros e filmes [8], internet [9] apesar da precariedade e custos no Brasil, youtube, blogues e redes sociais permitem um padrão de acessibilidade à informação e cultura como nunca se imaginou possível. Mais ainda, viabilizam ações que deixam a segurança maluca, mas, se bem feitas, gerando fatos políticos a favor de mudanças que vão da Reforma Fiscal à Política além do aprimoramento de nossas instituições. Assim, além da mobilização instantânea, jovens e adultos podem ter acesso a tremendas bibliotecas e notícias sem a filtragem da mídia comercial.
As muitas lutas ensinam; os mais velhos sabem como é possível fazer muito quando se está disposto a, na lógica da parrhesia [10], aceitamos agir:
“que, quando diz a verdade, se expõe a risco; a sua coragem que se mostra em sua ação de dizer a verdade. Além do mais, a enunciação da verdade é sempre a enunciação de uma crítica que parte da base e visa um poder (página 60 do livro citado [10] de Frédéric Gros)”.
Passamos em 2013 por diversos padrões de manifestações. O governo balançou, nossos representantes se assustaram e a reação veio com muita competência desviacionista. Marqueteiros de plantão criaram a dinâmica da inibição e mudança de foco dos protestos. Sistemas de policiamento monumentais fizeram o resto.
Em 7 de setembro as capitais brasileiras viraram teatros de guerra explícita [17].
Dezenas de milhares de policiais fardados mais, sabe-se lá quantos em trajes civis, atuaram na repressão e disciplinamento das multidões.  Antes, durante e depois do Dia da Pátria os governantes cumpriram ordens de seus patrocinadores e em defesa da própria pele.
Agora vem o trabalho de mudança de foco, confundindo patriotas com vândalos e criminosos comuns, imaginem às ordens de quem...
Está na hora dos manifestantes criarem lideranças, ou pelo menos mostrarem quem fale por eles. O dilema é quanto é possível dizer e mostrar de insatisfação e propostas. O peito aberto pode levar tiros...
Também não é algo muito saudável (eticamente) para quem supera e faz carreira política. Os estudantes da década de sessenta tiveram muitos líderes famosos que se deixaram envolver por esquemas de financiamento de campanha e outras coisas mais. O poder corrompe. Apesar de tudo podemos agora imaginar uma nova e melhor geração de lideranças, mais saudáveis e coerentes. Dentro de processos de máxima transparência, possíveis graças à tecnologia pode-se criar inibições a futuros políticos. A internet está sendo demonizada após as denúncias de monitoramento feito pelo EUA. A espionagem sempre existiu a partir de qualquer governante, sempre apoiado por informantes (uma boa leitura: O Cemitério de Praga [18] e O Diabo na Água Benta [19]). De arapongas e informantes locais a sistemas sofisticados de vigilância e roubo de informações existe um universo de opções enorme.
No mundo moderno a defesa intransigente da privacidade é a esperança da mídia comercial. É uma utopia numa sociedade onde até para entrar em prédios medianamente protegidos tiram fotografias e anotam dados de documentos. Privacidade???
Somos brasileiros, criemos aqui um padrão de cidadania e civismo, algo que Aristóteles pensou (episteme[11]) e que os brasileiros necessitam urgentemente, ou seja, foco em seu ambiente.
Para azar do governo de plantão as crises econômicas não pararam, bandidos internacionais desmontaram o paraíso consumista [20]. O povo vai sentir a conspiração das crises do tomate e do feijão carioquinha [21]. As esperanças de sucesso são frustradas por erros técnicos primários tanto na esfera do Banco Central, BNDES quanto na área energética, saúde, segurança etc..
O Brasil terá uma reversão de expectativas?
Nunca precisamos tanto quanto agora de bons governantes, de competência. A esperança é a de que nossa Presidenta, que não é burra, tenha sentido na alma os efeitos de seus equívocos, principalmente da claque dos bajuladores, corruptos e corruptores em volta dela.
Quem se desmoraliza é acima de tudo aquele que ocupa o cargo maior. Se embaixo dele gente até mais forte comete desatinos, ao povo o que importa é a marca fantasia, o nome e a pessoa física coroada.
Ninguém é perfeito, incapaz de errar. O que, contudo, incomoda, e muito, é a permanência em posturas e decisões erradas quando elas nos afetam.
Aposentados, trabalhadores, gente carente de tudo, todos precisamos de bons governos. Empreendedores devem estar exaustos com leis e decretos absurdos.
Será que as manifestações e o sacrifício de muitos jovens e até de policiais valeu a pena?
Temos certeza que sim. O esforço da mídia engajada de mudar os rumos do clamor da multidão deve estar pesando na balança das decisões. Se nada funcionar, pelo menos as denúncias de carteis e de espionagens provavelmente levarão políticos e empresários a repensar seus padrões de comportamento, assim como nossas centrais sindicais e “movimentos sociais” devem estar refazendo estratégias de comando. Nunca tantos líderes no Brasil se sentiram tão vazios e longe de seus liderados quanto nesses tempos a partir de junho de 2013.
A ilusão das propagandas diretas e indiretas e processos de cooptação da mídia e partidos políticos devem ter desabado estrondosamente no Estádio Mané Garrincha em junho deste ano. Pouco valeu o esforço de encantar o povo que não repetiu a dose em 7 de Setembro por diversas razões, entre elas o prazer de ver o desfile e a preocupação de sofrer represálias diante do esquema policial/militar preparado para criar o cenário das ilusões que agora jornais e noticiários usam para dizer que tudo está bem no país das fantasias.
Esperamos que antes de gastar mais fortunas com a mídia comercial os prefeitos, governadores e a Presidência da República entendam que as calúnias se enfrentam com a aplicação das leis e a revolta popular só deseja uma coisa, a solução de problemas gravíssimos que destorem esperanças dos brasileiros de viver num país decente, justo e eficaz.
Conotações ideológicas que pretenderam dar às manifestações desabaram com o desprezo aos partidos, movimentos sociais e centrais sindicais dominados por legendas partidárias.
Os brasileiros só querem que o dinheiro do contribuinte sirva para algo mais do que satisfazer os corruptores, especuladores e agiotas.
Cascaes
9.9.2013

[1]
“Plebe,” Wikipédia, [Online]. Available: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plebe.
[2]
E. Santiago, “Política do Pão e Circo,” Terra, [Online]. Available: http://www.infoescola.com/historia/politica-do-pao-e-circo/.
[3]
F. F. G. R. Vargas, “Egito Antigo,” monografias - BrasilEscola, [Online]. Available: http://monografias.brasilescola.com/historia/egito-antigo.htm.
[4]
“Cidade-Estado,” Wikipédia, [Online]. Available: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade-Estado.
[5]
F. Nietzsche, Humano, Demasiado Humano, 2 ed., escala.
[6]
“Circo Romano,” Wikipédia, [Online]. Available: http://pt.wikipedia.org/wiki/Circo_romano.
[7]
J. C. Cascaes. [Online]. Available: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/.
[8]
“Haussmann's renovation of Paris,” Wikipédia, [Online]. Available: http://en.wikipedia.org/wiki/Haussmann's_renovation_of_Paris.
[9]
X. Lefebvre, A. Zenou e C. d. Boutiny, “Paris - La Ville remonter le Temps,” Livros e Filmes Especiais, [Online]. Available: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2013/06/paris-la-ville-remonter-le-temps.html.
[10]
E. R. d. Oliveira, “A idéia de império e a fundação da monarquia constitucional no Brasil (Portugal-Brasil, 1772-1824),” SciELO, [Online]. Available: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1413-77042005000100003&script=sci_arttext.
[11]
“Programa Mais Médicos,” [Online]. Available: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/area/417/mais-medicos.html.
[12]
D. Varella, “DEMAGOGIA ELEITOREIRA.,” Folha de São Paulo, 7 9 2013. [Online]. Available: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2013/09/1337995-demagogia-eleitoreira.shtml.
[13]
“MP 579 - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012.,” [Online]. Available: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/mpv/579.htm.
[14]
L. C. Hilário e E. L. Cunha, “Michel Foucault e a Escola de Frankfurt: reflexões a partir da obra crítica do poder, de Axel Honneth,” SciELO, [Online]. Available: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-31732012000300009&script=sci_arttext.
[15]
F. G. [org.], “Foucault - a coragem da verdade,” Livros e Filmes Especiais, [Online]. Available: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2013/09/foucault-coragem-da-verdade.html.
[16]
J. C. Cascaes. [Online]. Available: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/.
[17]
J. C. Cascaes, “Civismo e Cidadania,” Civismo e Cidadania, [Online]. Available: http://civismo-e-cidadania.blogspot.com/.
[18]
U. Eco, “O Cemitério de Praga,” Livros e Filmes Especiais, [Online]. Available: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2013/02/o-cemiterio-de-praga.html.
[19]
R. Darnton, “O Diabo na Água Benta,” [Online]. Available: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2013/03/o-diabo-na-agua-benta.html.
[20]
C. Ferguson, “Trabalho Interno,” [Online]. Available: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2012/01/trabalho-interno.html.
[21]
“Farsa: Focus manipula inflação e BC puxa juro,” Independência Sul Americana, [Online]. Available: http://independenciasulamericana.com.br/2013/07/farsa-focus-manipula-inflacao-e-bc-puxa-juro/.






[1] Na Roma Antiga havia, além dos patrícios e clientes, a plebe (do latim plebem, multidão), que formava um mundo à parte. Os plebeus habitavam o solo romano, sem integrar a cidade. Como acentua Bouché-Leclercq "eles tinham o domicílio, mas, não a pátria". Eram homens livres, podiam possuir terras, pagavam impostos e prestavam serviços militares. A diferença entre patrícios e plebeus era marcada por barreiras de tabus extremamente exclusivas. A princípio, os plebeus não possuÍam direitos políticos nem civis. (Wikipédia)
[2] Os intocáveis na sociedade hindu são aqueles que trabalham com trabalhos considerados indignos, sujos, lidando com os mortos (animais ou pessoas), com o lixo, ou outros empregos que requerem constante contato com aquilo que o resto da sociedade indiana considera abjeto e desagradável. São considerados individualmente imundos, impuros, e portanto não podem ter contato físico com os 'puros', vivendo separados do resto das pessoas. Ninguém pode interferir na sua vida social, pois os intocáveis são considerados menos que humanos e não são considerados parte do sistema de castas. Embora tenha sido abolido pela constituição, observa-se, na prática, que muitas comunidades continuam ligadas aos empregos que lhes eram destinados tradicionalmente, casam-se entre si e sofrem a discriminação da sociedade circundante, o que pode ser visto como resquício da sociedade de castas.
Umas das principais restrições enfrentadas por Dalits ao longo de toda a história consta a de não poderem rezar ou adentrar os templos. Isso é objeto de crítica desde a Índia medieval por parte de grandes reformadores sociais e poetas como Kabir. Nenhum intocável pode entrar no templo, pois iriam poluí-lo. (Wikipédia)
[3] A plebe, cuja origem é muito obscura, possivelmente se constituía dos vencidos que ficavam sobre a proteção do Estado, dos clientes que se extinguiram, e dos estrangeiros (Peregrinus) aos quais o Estado protegia. Os plebeus eram homens e mulheres livres que praticavam o comércio, faziam artesanato e trabalhos agrícolas. Compunham a maioria da população, mas, durante a Monarquia, não eram considerados cidadãos. (Wikipédia)
[4]política do Pão e circo (panem et circenses, no original em Latim) como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Esta frase tem origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento.
[5]Hilotas.  Eram os servos, que pertencendo ao estado espartano, trabalhavam nos kleros(lotes de terra), entregando metade das colheitas ao Espartano e eram duramente explorados. Deviam cultivar essa terra a vida inteira e não podiam ser expulsos de seu lugar. Levavam uma vida muito dura, sujeita a humilhações constantes. Foram protagonistas de várias revoltas contra o estado espartano. Para controlar as revoltas e manter os hilotas sob clima de terror, os espartanos organizavam expedições anuais de extermínio (krypteia ou criptias), onde os hilotas eram obrigados a participar. Tratava-se de um massacre anual que consistia na perseguição e morte dos hilotas considerados perigosos, no qual os espartanos competiam para ver quem matava mais hilotas.
Analisando a situação dos espartanos, periecos e hilotas, alguns historiadores afirmam que os periecos, por dominar o comércio e o artesanato, podiam enriquecer, desfrutando de certo conforto material e liberdade. Os esparciatas, por sua vez, cumpriam obrigações tão pesadas em relação ao Estado que se tornaram vítimas de suas próprias instituições. Quanto aos hilotas, sua vida era marcada pela opressão e miséria. (Wikipédia).
[6] Os patrícios, do grego patriótes (patrício) que deu origem a patriota1 , eram cidadãos de República Romana que constituíam a aristocracia romana, a sua nobreza. Detinham vários privilégios governamentais, dentre eles, a isenção de tributos, a exclusiva possibilidade de se tornarem soberanos de Roma e também a de seremsenadores. Desempenhavam altas funções públicas, no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram grandes proprietários de terra e credores dosplebeus. Os patrícios, descendentes das famílias mais antigas de Roma, ou seja, também dos chefes tribais da região do período pré-romano, foram, durante o Reino de Roma, a República Romana e o Império Romano, os donos das maiores e melhores terras, anfitriões das mais luxuosas festas e dominavam a cena política. (wikipedia)
[7] Foi criada por Otaviano, após a conquista do Egito e seu retorno a Roma, onde recebeu do senado o título de princeps, ficando seu governo conhecido como principado (30 a.C.14 d.C.). Como princeps, isto é, o primeiro cidadão da repúblicae líder do senado; como imperador assumiu o comando supremo do exército e criou a guarda pretoriana, encarregada de sua proteção pessoal; como tribuno da plebe possuía o poder de veto sobre decisões do senado; como pontifex maximus, controlava a religião romana. A partir de Augusto, todos os imperadores tiveram uma guarda pretoriana, de tamanho variável. Tibério foi o construtor de uma fortificação que serviu de base para a guarda pretoriana e, por isso, foi adotado o escorpião (signo zodiacal de Tibério) como símbolo da guarda. (Wikipédia)

[8] Designa-se por poder temporal a influência de poder, tanto de governação como político, que exerce o Vaticano sobre as pessoas, em especial o poder do Vigário de Cristo - o Papa - em contraste com o seu poder espiritual sobre a Igreja Católica e outros grupos, também chamado de poder eterno. (Wikipédia)
[9] O termo "propaganda" tem a sua origem no gerúndio do verbo latim propagare, equivalente ao português propagar, significando o ato de difundir algo, originalmente referindo-se à prática agrícola de plantio usada para propagar plantas como a vinha.4 O uso da palavra "propaganda" no sentido actual é uma cunhagem inglesa doséculo XVIII, nascida da abreviação de Congregatio de Propaganda Fide de cardeais estabelecida em 1622 pelo Papa Gregório XV para supervisionar a propagação da fé cristã nas missões estrangeiras. Originalmente o termo não era pejorativo, e o seu sentido político actual remonta à I Guerra Mundial. (Wikipédia)
[10] Estudiosos como os frankfurtianos questionam um sistema que nega (no exato momento que o afirma ideologicamente) ao homem o direito à própria vida: biológica, social, intelectual, política, econômica etc. Conscientes do poder mistificador da ideologia, eles se revelam melancólicos na busca por um mundo melhor e mais justo, criticando, inclusive, a indústria cultural que é usada para manipulação das massas e para matar, na raiz, as legítimas manifestações culturais dos seres sociais. A melancolia decorre do poder de alienação do sistema que anestesia as consciências reificando o ser humano que se torna uma peça sem importância na engrenagem da máquina devoradora descrita por Kafka (A Colônia Penal-1919).
Superar a alienação significa acordar para a realidade em volta, compreendendo que toda realidade é fruto de uma realidade anterior que lhe deu causa, compreender que há um processo histórico na formulação de todas as realidades, de todas as políticas, de todas as atividades humanas. Discutir o processo, negar suas premissas para buscar a verdade legítima é a tarefa a que se propõe a "dialética negativa" em oposição à Teoria Positivista que confirma e legitima o sistema através da ideologia. (Wikipédia)

[11] Episteme (ie ἐπιστήμη) é o conjunto de ensinamentos de Aristóteles e Thales de Mileto, no século XII, que pode vincular um determinado momento, as práticas discursivas que dão origem a certas figuras epistemológicas. A episteme não é um conhecimento, nem uma forma de racionalidade, nem tem como objetivo construir um sistema de postulados e axiomas, mas pretende viajar um campo ilimitado de relações, o retorno, continuidades e descontinuidades. A episteme não é uma criação humana, é sim o "lugar" onde o homem é instalado em um local em que conhece e age de acordo com as regras estruturais da episteme (inconsciente). As ciências humanas são parte da episteme moderna, que marca o limiar da nossa modernidade. A episteme moderna elaborou o perfil do homem que "faz a sua história" porque é o episteme que torna um homem assim. (Wikipédia)

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