sábado, 28 de setembro de 2013

Racionalização, corrupção e política

Qualquer semelhança é mera coincidência
Conversando entre amigos e conhecidos, vamos descobrindo detalhes de personalidades que assustam, quando essas “figuras” têm muito poder.
Delinquentes, criminosos, estelionatários etc. ou simplesmente alienados encontram em fórmulas mágicas as justificativas para seus atos.
Esquecem que agindo dessa forma contrariam a si mesmos, deixando de ver quanto poderiam ser melhores e mais felizes se mudassem o valor de suas moedas (Foucault - a coragem da verdade, 2003). Éticas oportunistas os afastam de comportamentos realmente coerentes com a figura de Deus que dizem acreditar, respeitar, temer, adorar (Spinoza). Com certeza outros códigos de ética e até definições existem.  O que não faz sentido num mundo cristão é qualquer coisa que resulte em danos irreparáveis à comunidade, ao povo e a si mesmos.
A Humanidade já coleciona muitas histórias impressionantes e assustadoras. O regime soviético, o maoísmo e o nazifascismo (As Origens do Totalitarismo) assim como o império de delirantes generais no Japão, para ficarmos entre os casos mais analisados de todos os tempos, preocupam quando observamos entre nós lideranças totalitárias, egocêntricas ou simplesmente extremamente poderosas e incompetentes ou desonestas.
A má fé pode ser uma característica de poderosos, mergulhando o país na corrupção, da qual vimos a “ponta do iceberg” de um longo período de nossa história recente. Uma quadrilha bem sucedida serve de modelo para outras, é a lógica do crime organizado e a escola da vida da bandidagem.
Com liberdade e democracia, liberdade real, o povo pode reagir (querem criar mordaças, a regulamentação da internet é o maior perigo entre nós (ONU critica “excesso de regulamentação” na web, 2006)) e mudar nas urnas o que elas permitirem nesse cenário de apropriação permanente de siglas partidárias.
A internet é a metralhadora que pode ser usada para varrer certos personagens de seus postos. A Mídia comercial é cara e para sobreviver depende de patrocínios...
Com certeza há muito a ser aprimorado na utilização da internet [ (VINTON G., 2012). (Na ONU, entidades defendem direitos humanos como princípio de regulação da internet , 2011), (Technical Note No. 11 )]. Temos o direito de escolher os “menos ruins” entre uma elite que domina com o apoio de “esquemas” fortíssimos. Infelizmente, contudo, a estrutura política impede a existência da Democracia real entre nós. Ela existe entre “patrícios” e pretorianos.
O pesadelo deste jogo é sentir que as grandes corporações, sejam elas de trabalhadores ou empresários, banqueiros ou funcionários públicos, assimilaram a lógica de que os acordos políticos são sagrados. Não importa que juramentos façam de amor ao Brasil e honestidade, vale a conveniência de companheiros...
Impressionantemente comum entre nós é a racionalização de comportamentos espertos.
Da Wikipédia extraímos:
“Na sociologiaracionalização se refere a um processo no qual um número crescente de ações sociais se baseia em considerações de eficiência teleológica ou de cálculo, em vez de motivações derivadas da moral, da emoção, do costume ou da tradição. Muitos sociólogos consideram a racionalização como um aspecto central da modernidade, que se manifesta especialmente na sociedade ocidental, em aspectos como o comportamento no mercado capitalista, a administração racional do Estado e a expansão da ciência e tecnologia modernas.”
O principal prejuízo é a corrupção colocada como um compromisso de campanhas políticas e lealdade. É espantoso sentir o padrão ético de pessoas estratégicas, que se sentem obrigadas a defender qualquer tese de seus chefes.
Isso apareceu também em uma discussão com um conhecido em Blumenau, um membro local de uma das muitas tendências do PT. Ele ficou surpreso com a cobrança de honestidade intelectual, para quê? Para que sua facção perdesse prestígio e militantes?
Vivendo sentimos que (Nietzsche) tinha razão quando analisava a personalidade humana de seu tempo, e de hoje seria se vivesse.
O processo político brasileiro demonstra que falta espaço para mais hipocrisia. “Virgens” ofendidas declaram-se surpresas com os erros de outras.
O pior é que ao final todos perdem a vergonha e o que era sigiloso passa a ser feito abertamente.
Sentimos isso após a percepção dos governantes de que as manifestações de junho de 2013 seriam passageiras.
Neste cenário, qual será o futuro de nosso povo?
Qualquer semelhança com novelas e guerras de bandidos é mera semelhança. Mentir é a regra e para sustentar a canalhice as lógicas da racionalização[1] imperam.

Cascaes
25.9.2013
Arendt, H. (2007). As Origens do Totalitarismo. (R. Raposo, Trad.) São Paulo: Companhia das Letras.
Nietzsche, F. (s.d.). Humano, Demasiado Humano (2 ed.). (A. C. Braga, Trad.) escala.








[1] Wikipedia
Na sociologia, racionalização se refere a um processo no qual um número crescente de ações sociais se baseia em considerações de eficiência teleológica ou de cálculo, em vez de motivações derivadas da moral, da emoção, do costume ou da tradição. Muitos sociólogos consideram a racionalização como um aspecto central damodernidade, que se manifesta especialmente na sociedade ocidental, em aspectos como o comportamento no mercado capitalista, a administração racional do Estado e a expansão da ciência e tecnologia modernas.
Muitos sociólogos, teóricos críticos e filósofos contemporâneos têm argumentado que a racionalização, falsamente assumida como progresso, tem um impacto negativo de desumanização da sociedade, distanciando a modernidade dos princípios centrais do Iluminismo.1 Os fundadores da sociologia atuavam como uma reação crítica à racionalização:
Marx e Engels associavam o surgimento da sociedade moderna, sobretudo, com o desenvolvimento do capitalismo; para Durkheim, estava conectado em particular com a industrialização e com a nova divisão social do trabalho que ela trouxe; para Weber, tinha a ver com o surgimento de uma distinta maneira de pensar, o cálculo racional que ele associou com a ética protestante (mais ou menos o que Marx e Engels falam em termos da "água gelada do cálculo egoísta"nota 1 ).
 John Harriss The Second Great Transformation? Capitalism at the End of the Twentieth Century 19922

Índice

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Racionalização e capitalismo[editar]

A racionalização formou um conceito central na fundação da sociologia clássica, especialmente no que diz respeito à ênfase que a disciplina colocou - por contraste com a antropologia - sobre a natureza das sociedades ocidentais modernas. O termo foi apresentado pelo influente antipositivista alemão, Max Weber, e seus temas tiveram paralelo nas críticas da modernidade estabelecidas por numerosos estudiosos. Uma rejeição da filosofia dialética da história e do evolucionismo sociocultural informa o conceito.
Weber demonstrou um exemplo de racionalização em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, obra na qual aponta que certas denominações protestantes, principalmente o calvinismo, adotaram uma forma de lidar com a "ansiedade de salvação" através de meios racionais de ganho econômico. As conseqüências racionais dessa doutrina, segundo o autor, logo se tornaram incompatíveis com suas raízes religiosas, e assim estas últimas acabaram por ser descartadas. Weber continua sua investigação sobre esse assunto em trabalhos posteriores, nomeadamente nos seus estudos sobre a burocracia e as classificações de autoridade (ou dominação). Nesses trabalhos, ele faz alusão a um movimento inevitável para a racionalização.
Weber acreditava que um movimento no sentido da autoridade racional-legal era inevitável. Na autoridade carismática, a morte de um líder encerra o poder dessa autoridade e só através de uma base racionalizada e burocrática pode essa autoridade ser passada adiante. As autoridades tradicionais, nas sociedades racionalizadas, também tendem a desenvolver uma base racional-legal para melhor garantir uma adesão estável.
O que Weber retratou não foi apenas a secularização da cultura ocidental, mas também e sobretudo o desenvolvimento das sociedades modernas do ponto de vista da racionalização. As novas estruturas da sociedade foram marcados pela diferenciação dos dois sistemas funcionalmente entrelaçados que tinham tomado forma em torno dos núcleos organizacionais da empresa capitalista e do aparelho burocrático estatal. Weber entendeu este processo como a institucionalização da ação racional quanto a fins nas esferas econômica e administrativa. Na medida em que a vida cotidiana foi afetada por essa racionalização cultural e social, as formas tradicionais de vida - que no início do período moderno foram diferenciadas principalmente de acordo com as ocupações - foram dissolvidas.
 Jürgen Habermas Modernity's Consciousness of Time1
Enquanto em sociedades tradicionais, como o feudalismo, o governo é gerido sob a liderança tradicional, por exemplo, de uma rainha ou de um chefe tribal, as sociedades modernas funcionam sob sistemas racionais-legais. Uma característica positiva em tais sistemas, representados pelos contemporâneos sistemas democráticos, é que tentam remediar as questões qualitativas (como a discriminação racial) com meios quantitativos racionalizados (no caso, a positivação dos direitos civis). Por outro lado, em sua obra Economia e sociedade, Weber descreveu os efeitos últimos da racionalização como levando a uma "noite polar de gélida escuridão", em que a crescente racionalização da vida humana encarcera os indivíduos em uma "jaula de ferro" (ou "rija crosta de aço", "carapaça rígida como aço"nota 2 ) de controle racional baseado em regras.
Jürgen Habermas argumenta que, para entender a racionalização corretamente, deve-se ir além da noção de racionalização de Weber, distinguindo entre aracionalidade instrumental, que envolve cálculo e eficiência (isto é, que reduz todas as relações a relações entre meios e fins), e a racionalidade comunicativa, que implica o alargamento do alcance da compreensão mútua na comunicação, a capacidade de expandir esse entendimento por meio do discurso reflexivo sobre a comunicação e a subordinação da vida social e política a esse entendimento ampliado.
Está claro que, em A Teoria da Ação Comunicativanota 3 , Weber figura em algo parecido com o papel que Hegel desempenhou para Marx. Weber, para Habermas, não deve tanto ser virado de ponta-cabeça (ou colocado de pé) como persuadido a ficar sobre duas pernas, em vez de uma, a sustentar sua teoria da modernidade com análises mais sistemáticas e estruturais do que as da racionalização (quanto a fins) da ação ... Weber "se desvia de uma teoria da ação comunicativa", quando ele define a ação em termos do sentido subjetivo a esta atribuído pelo ator. Ele não elucida "sentido" em conexão com o modelo do discurso, ele não o relaciona ao meio lingüístico do entendimento possível, mas às crenças e intenções de um sujeito que age, tomado de forma isolada. Isso o leva a sua conhecida distinção entre ação racional quanto a valores, racional quanto a fins, tradicional e afetiva. O que Weber deveria ter feito, em vez disso, era ter se concentrado não sobre as orientações de ação, mas nas estruturas gerais do mundo da vida a que pertencem os sujeitos atuantes.
 William Outhwaite Habermas: Key Contemporary Thinkers 19883

O Holocausto: modernidade e ambivalência

A linha de trem que conduzia ao campo de extermínio deAuschwitz II (Birkenau).
Para Zygmunt Bauman, a racionalização como uma manifestação da modernidade pode estar intimamente associada com os acontecimentos do Holocausto. Em Modernidade e Ambivalência, Bauman objetivou oferecer uma exposição das diferentes abordagens que a sociedade moderna adota em face do estrangeiro. Ele argumentou que, por um lado, em uma economia orientada para o consumidor, o estranho e o desconhecido são sempre sedutores. Em diferentes estilos de comida, diferentes modas e no turismo, é possível experimentar o fascínio do que é desconhecido. No entanto, esse fato de ser estranho também tem um lado mais negativo. O estranho ou estrangeiro, por não poder ser controlado e ordenado, é sempre objeto de temor. Ele é o assaltante em potencial, a pessoa fora das fronteiras da sociedade que está constantemente ameaçando.
O famoso livro de Bauman, Modernidade e Holocausto, é uma tentativa de dar um relato completo sobre os perigos que se originam desses tipos de temor. Com base nos livros de Hannah Arendt e Theodor Adorno sobre o totalitarismo e o Iluminismo, Bauman desenvolveu o argumento de que o Holocausto não deve simplesmente ser considerado um evento na história judaica, nem uma regressão à barbárie pré-moderna. Em vez disso, ele argumentou, o Holocausto deve ser visto como profundamente ligado à modernidade e seus esforços de criação de ordem. A racionalidade procedimental, a divisão do trabalho em tarefas cada vez menores, a categorização taxonômica de diferentes espécies e a tendência a considerar moralmente bom o cumprimento de regras foram todos fatores que desempenharam o seu papel na ocorrência do Holocausto.
Bauman argumentou que, por essa razão, as sociedades modernas não aceitaram plenamente as lições do Holocausto, sendo este geralmente visto - para usar a metáfora de Bauman - como um quadro pendurado na parede, que oferece poucas lições. Na análise de Bauman, os judeus se tornaram "estranhos" por excelência na Europa4 ; a Solução Final foi retratada por ele como um exemplo extremo das tentativas feitas pelas sociedades para extirpar os elementos desconfortáveis ​​e indeterminados existentes dentro delas.
Bauman, como o filósofo Giorgio Agamben, sustentou que os mesmos processos de exclusão que operaram no Holocausto poderiam atuar ainda hoje. E até certo ponto efetivamente atuam.

A definição de Iluminismo em Adorno e Horkheimer[editar]

Em sua análise da sociedade contemporânea ocidental, na obra Dialética do Esclarecimento (de 1944, revisada em 1947), Theodor Adorno e Max Horkheimerdesenvolveram um conceito amplo e pessimista de Iluminismo. Nessa análise, apresentaram o lado sombrio do Iluminismo ou Esclarecimentonota 4 . Ao tentar abolir a superstição e os mitos através da filosofia "fundacionalista", o Iluminismo ignorou sua própria base "mítica" e, por outro lado, seus esforços no sentido da totalidade e da certeza levaram a uma crescente instrumentalização da razão. Na opinião deles, o Esclarecimento em si deve ainda ser esclarecido e não ser mostrado como uma visão do mundo "livre de mitos".
Para a filosofia marxista, em geral, a racionalização está intimamente associada com o conceito de "fetichismo da mercadoria".

Consumo

Letreiro em um McDonald's"drive-thru". A afirmação "mais de 99 bilhões servidos" ilustra a ideia de Ritzer de calculabilidade.
O consumo moderno de alimentos é uma representação típica do processo de racionalização. Enquanto a preparação de alimentos nas sociedades tradicionais é mais trabalhosa e tecnicamente ineficiente, a sociedade moderna tem se esforçado para garantir-lhe velocidade e precisão. Restaurantes fast-food, projetados para maximizar o lucro, adotam uma série de técnicas visando à eficiência, tais como: um controle rigoroso das ações dos empregados; a substituição de sistemas mais complexos por outros mais simples e rápidos, como sistemas numéricos de refeições promocionais; a venda através de Drive-Thru; o uso de mobiliário desconfortável para desencorajar a vadiagem.[carece de fontes]
A racionalização é um processo que também pode ser observado na substituição de lojas mais tradicionais, que podem oferecer vantagens subjetivas para os consumidores (como um ambiente com menos regulações, ou mais "natural"), por lojas modernas que oferecem a vantagem objetiva de preços mais baixos para os consumidores.
O caso da Walmart, rede varejista multinacional, é um exemplo que demonstra fortemente essa transição. Apesar de as lojas da Walmart atraírem críticas por estarem deslocando lojas mais tradicionais, o ponto de vista das vantagens subjetivas e do valor social destas últimas lojas obteve efeitos irrisórios no sentido de limitar a expansão daquela empresa, devido às preferências do público por preços mais baixos em detrimento das vantagens subjetivas mencionadas.5
O sociólogo George Ritzer tem usado o termo McDonaldização para se referir não apenas às ações observadas nos restaurantes fast-food, mas também ao processo geral de racionalização. Ritzer distingue quatro componentes primários de McDonaldização:6
·         Eficiência - o melhor método para realizar uma tarefa, o método mais rápido para ir do ponto A ao ponto B. Em outras palavras, a eficiência, no que toca à McDonaldização, significa que todos os aspectos de determinada organização se voltam para a minimização do tempo empregado em uma tarefa.6

Notas[editar]

1.    Jump up A expressão "água gelada do cálculo egoísta", mencionada por John Harris, foi extraída do Manifesto do Partido Comunista, de 1848.
2.    Jump up Acerca da discussão que recobre as possíveis traduções da expressão weberiana stahlhartes Gehäuse, encontrada em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo pode-se consultar a extensa nota quatro do artigo O Conceito de Racionalização no Pensamento Social de Max Weber: Entre a Ambiguidade e a Dualidade, de Luís Antônio Cardoso. Acessado em 14 de dezembro de 2011.
3.    Jump up A Teoria da Ação Comunicativa é uma obra de Jürgen Habermas, datada de 1981, não possuindo tradução em português. Verificado em dezembro de 2011.
4.    Jump up "Iluminismo" e "Esclarecimento" são duas traduções possíveis para a mesma expressão alemã - "Aufklärung"

Referências[editar]

1.     Jump up to:a b Habermas, Jürgen. The Philosophical Discourse of Modernity, Polity Press (1985), ISBN 0-7456-0830-2, p. 2.
2.    Jump up Harriss, John. The Second Great Transformation? Capitalism at the End of the Twentieth Century in Allen, T. and Thomas, Alan (eds). Poverty and Development in the 21st Century, Oxford University Press, Oxford, p. 325.
3.    Jump up Outhwaite, William. 1988, Habermas: Key Contemporary Thinkers, Polity Press (Second Edition 2009), ISBN 978-0-7456-4328-1, p. 76.
4.    Jump up Modernity and the Holocaust, p. 53.
5.    Jump up Boaz, David. 8 de novembro de 1996, Chrysler, Microsoft, and Industrial Policy, Cato Institute. Acessado em 17 de agosto de 2006.
6.     Jump up to:a b Ritzer, George. The McDonaldization of Society. Los Angeles: Pine Forge Press, 2008. ISBN 0-7619-8812-2

Bibliografia[editar]

·         Adorno, Theodor. Negative Dialectics. Translated by E.B. Ashton, London: Routledge, 1973
·         Bauman, Zygmunt. Modernity and The Holocaust. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press 1989. ISBN 0-8014-2397-X
·         Green, Robert W. (ed.). Protestantism, Capitalism, and Social Science. Lexington, MA: Heath, 1973.

sábado, 14 de setembro de 2013

O Serviço Militar obrigatório, amplo, irrestrito

Serviço Militar Obrigatório e a educação no Brasil
Nossa juventude procura um rumo, ou percebe que precisa simplesmente ser alienada (Ferry, 2006)?
No  mundo atual a educação é quase um monopólio das emissoras de televisão. Família no trabalho e crianças em casa é uma separação perigosa. As crianças fazem o quê nesses arquivos de gente que são os prédios de apartamento?
E caso contrário, a redução da fertilidade, mesmo em ambientes mais naturais está produzindo pais ansiosos, superproteções.  Que tipo de adultos nós teremos?
A lógica onipresente é não reaja, tenha medo. De um extremo a outro criaremos situações favoráveis a personalidades doentias. O vandalismo e similares testemunham os efeitos da má educação e patologias mentais.
O jovem quer desafios. Onde encontrá-los? Nas ruas? Ajustando-se a gangues e modismos importados, devidamente midiatizados? Nossas emissoras de TV, por exemplo, fizeram inúmeras reportagens do uso de tatuagens. Para quê? Explicaram direito que essa demonstração de extremo mau gosto pode ser prejudicial à saúde e aos planos profissionais do adulto manchado?
Do esporte profissional temos o endeusamento da vulgaridade, por quê? Que interesses mórbidos e alienantes movem essas empresas de mídia?
O que fazer para transmitir à juventude senso de responsabilidade, amor à Pátria, fraternidade, coragem e habilidades que farão falta se as grandes potências trocarem ameaças com bloqueios econômicos, espionagem e roubo de informações e a imposição do jogo da agiotagem internacional?
Qualquer país defendido por jovens que estão preparados para a luta é um tremendo desafio a qualquer potência, por mais armada que seja. O infante mistura-se ao povo. Omo enfrentá-lo?
Vimos pouco antes do ditador venezuelano descobrir que estava doente, que nossos irmãos ao norte planejavam comprar armamento sofisticado e potente. Seria para defender o país de alguma invasão?
Podemos conciliar muitas questões se voltarmos a mobilizar anualmente todos os pré-adultos para o serviço militar obrigatório. Nos quarteis onde deverão dormir, praticar exercícios civis e militares, aprender a defender o Brasil sairão de ambientes que se desmontam sob os efeitos das drogas, de familiares despreparados e ruas perigosas. Custos? Quanto o Brasil gasta em prisões, policiamento, hospitais, sanatórios, remédios etc. para compensar a deseducação cívica?
O modelo atual mostrou assustadoramente à nação, que desconhecia cenários desesperadores que podemos ver na Região Metropolitana de Curitiba, quando o Governo federal resolveu criar o  (Programa Mais Médicos). Quanto mais as corporações médicas resistem mais demonstram que seus profissionais só irão para onde faltam médicos se o tratamento e salários oferecidos forem “padrão vip”.
As Forças Armadas Brasileiras, sempre educadas e preparadas para atuar onde o Brasil é Brasil em seus quartéis dariam aulas de Brasil, de interiorização, de conhecimentos e educação que faltam nos apartamentos perfumados e cidades poluídas.
A retomada do serviço militar obrigatório (Alistamento militar) em ampla escala e com recursos para se distribuir pelo Brasil zerando excessos de contingente deveria ser motivo de estudos estratégicos e urgentes. Dificilmente será uma opção ruim.
Não servi às Forças Armadas. Estudante de nível superior fui dispensado, mas em Blumenau vivi e aprendi muito com militares lecionando em colégios assim como na convivência de um povo trabalhador e disciplinado.
Em Itajubá fiz Engenharia. Seus formandos eram disputados, entre outras coisas porque aceitavam trabalhar no sertão, no interior do Brasil onde existissem usinas e subestações.
Ao contrário daqueles que nasceram, cresceram e se formaram em cidades maiores, em Itajubá vivíamos clima de Brasil.

Cascaes
14.9.2013

Alistamento militar. (s.d.). Fonte: Defesa e segurança pública: http://www.brasil.gov.br/sobre/o-brasil/defesa-e-seguranca-publica/alistamento-militar
Ferry, L. (2006). Aprender a Viver - Filosofia para os novos tempos. (V. L. Reis, Trad.) Rio de Janeiro: Objetiva.
Programa Mais Médicos. (s.d.). Fonte: Portal da Saúde: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/area/417/mais-medicos.html





sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Política, Cidadania, Civismo e a importância de reinventar o Brasil

Processos e Justiça – uma visão de um leigo e engenheiro
O julgamento do Mensalão Petista é um momento extremamente importante de nossa história, ainda que injusto. Pode-se perguntar: “onde estão os outros?”
O ser humano é pragmático por excelência, a luta pela sobrevivência leva-o a agir com regras selvagens. A inteligência em desenvolvimento no teoricamente animal racional criou utopias e fantasias, a Justiça é uma delas, pois parte do princípio de que existe “livre arbítrio” e de que todos são iguais perante a Lei.
O Brasil tem uma anomalia jurídica colossal: que leis valem num país onde algumas “pegam” e outras não?
Com certeza algo mais aconteceu no império daquele período agora em julgamento. Mais uma vez outra questão agora: as leis aprovadas por efeito de compra de votos têm valor legal?
Maus comportamentos na política nacional são tantos e tão frequentes que o ideal seria uma anistia geral e a partir daí a aplicação sumária, tanto quanto possível, de punições severíssimas a qualquer delito ou crime contra o povo.
O julgamento do Mensalão tem cheiro de preconceitos, vinganças e armações políticas. É válido, excepcionalmente importante, mas não deixa de exalar um cheiro de hipocrisia.
O que devemos lembrar é que a ascensão do Partido dos Trabalhadores aconteceu em meio a um universo de esquemas, ou alguém acredita no extremo patriotismo de empresas e pessoas que doam fortunas para campanhas eleitorais? Infelizmente a corrupção no Brasil foi e possivelmente continua sendo estratosférica. Algo natural quando existe uma facilidade tão grande para misturar interesses venais com o desejo de poder dos partidos políticos e seus candidatos. É fácil sentir isso vendo a degradação de serviços essenciais (Cascaes, Serviços Essenciais) com reações pífias das repartições públicas que deveriam fiscalizar empreiteiras, concessionárias e fornecedoras de serviços e produtos, além dos privilégios daqueles que vivem da agiotagem institucionalizada.
A corrupção no Brasil é algo de que somos testemunhas convivendo, vendo e ouvindo e analisando situações que, infelizmente, aconteceram antes das redes sociais, blogues, youtube, filmadoras e gravadores a preços populares etc.
Era muito difícil enquadrar as máfias, e ainda é, pois, como dissemos, a Justiça é uma utopia, valendo entre iguais em riqueza e poder. Isso significa a utilização das leis e dinâmicas de julgamento arbitrariamente dependentes de poderes de contratação de bancas de advogados, que serão tão mais onerosas quanto mais o “cliente” puder pagar. A verborragia, data vênia, citações etc. imperam para confundir. Palavras e frases simples ofendem juristas e advogados, nosso Presidente do STF que o diga.
Dolo? O que importa é saber se tudo aconteceu de acordo com formalismo e carimbos...
É no mínimo humilhante para aqueles que se sentem vítimas de estruturas viciadas e um estado de “Não Direito” saber que dependem da bajulação a seres superiores, sem as qualidades divinas que nossas religiões propagam. Daí tudo é consequência, ou seja, os poderosos usufruem dos benefícios do formalismo abraçado radicalmente pelo Poder Judiciário no Brasil, os outros...
Maravilhosamente os protestos de junho deste ano aconteceram. Assustaram os poderosos que, como de praxe e dentro de seus recursos ilimitados promoveram uma campanha extremamente eficaz no sentido de humilhar os jovens, criar modelos repelentes, desviar a atenção do povo, fazer de conta que aceitaram as propostas daqueles que designam de forma pejorativa como “das ruas”.
Tratar o povo brasileiro menos rico como “das ruas” é uma das heranças do período colonial (Livros e Filmes Especiais), quando o medo de uma revolta dos escravos era um pavor mórbido da nobreza escravocrata , após a independência do Haiti[1]; era um levante dos escravos. Essa preocupação gerou personalidades e vícios que persistem na personalidade de nosso povo.
Realmente, as elites só conhecem as ruas olhando-a de dentro de carros luxuosos e caríssimos, ou vendo em viagens de turismo e pelas janelas de frotas de aviões particulares e de “nossa” FAB. No Mundo de Caras o ser humano comum é material descartável e de uso permanente.
E isso justifica a impunidade?
Não! Revoluções, evolução e transformações têm custos elevadíssimos, mas tudo é o preço da dignidade humana e universal.
Na história europeia podemos encontrar, usando os povos desse continente como exemplo, até recentemente episódios inacreditavelmente degradantes e em muitos lugares do “Velho Continente” podemos descobrir sinais fortíssimos de preconceitos tribais, comportamentos primitivos, rivalidades absurdas e entre as tão queridas etnias (paixão de antropólogo, afinal são testemunhos científicos de tempos primitivos) todo tipo de injustiças, se entendermos como Justiça a aplicação serena, equilibrada, eficaz de leis produzidas de acordo com os Direitos Humanos, algo criado e aprimorado ao longo desses últimos séculos.
Os jovens brasileiros em junho deste ano pediram honestidade, atendimentos a necessidades de sobrevivência com dignidade, mostraram-se revoltados contra a agiotagem e a exploração que a famosa esquerda brasileira adotou vergonhosamente; disse que exigia mais e melhores escolas, creches (para enganar estão mudando creches em período integral por aquelas de meio período), etc. Ou seja, um Brasil melhor.
Isso vai acontecer?
Após o Dia da Pária quando a maior mobilização bélica contra o povo da história nacional recente aconteceu em meio a mensagens desviacionistas e coisas como a invenção até de grupos denominados “black bloc”  (Os Black Bloc: nem vândalos, nem revolucionários) o governo de plantão inicia um processo de volta aos bons tempos de simplesmente se preocupar com a continuidade no Poder...
O poder da propaganda é ilimitado, mais ainda quando os brasileiros ainda estão longe de prestar atenção às firulas políticas.
E o Poder Judiciário?
A qualidade do exercício da liberdade, do empreendedorismo, da capacidade de ser, viver, estar e... protestar pode ser medida pela eficácia do Poder Judiciário. Algo está errado no Brasil. Em nossas penitenciárias muitos patrícios amargam punições violentíssimas por crimes infinitamente menores do que aqueles promovidos pelos mensaleiros, carteis, especuladores privilegiados, agiotas etc.
Os especuladores internacionais continuam relativamente impunes (Trabalho Interno) apesar da tremenda irresponsabilidade que exercitaram. Governantes mafiosos gastaram muito mais que seus povos podiam pagar. As consequências são imprevisíveis (entrevista à Carta Maior, economista português Francisco Louçã, 2013) e novidades ruins certamente desabarão sobre nós se as guerras prometidas e ajustes monetários acontecerem. A dinâmica do “Mercado” é fria e estranhamente mal policiada.
O desgoverno faz do Brasil um país lento, atrasado, cheio de bolsões de miséria material e intelectual e muito frágil diante dos mamutes internacionais. Megacapitalistas internacionais criaram escolas e regras ao gosto e vontade deles, inclusive simplesmente especulando com a moeda (Martins, 2013). Nessas crises alguns ganham fábulas de dinheiro... Considerando que o peso maior cai sobre gente que já se acostumou a sobreviver com doações, bolsas, festas, futebol e rezas podemos entender a liberdade dos mais “espertos” em nossa Pátria amada.
Na crise das nossas contas fala-se em inflação, e o endividamento crescente graças a empréstimos e incentivos de efeito duvidoso.
Aqui a crise do tomate e do feijão carioquinha (em pleno período de uma tremenda estiagem) soltou mais uma vez a lógica maldita dos juros altos, pode?
Infelizmente dá para concluir que as “ruas” foram colocadas em seus devidos lugares. Afinal, num país ainda feudal que tipo de respeito o povo teria a partir de suas “elites” e corporações mafiosas?
O Mensalão perde significado nesse mar de torpezas.
Talvez devamos reavaliar nossa estrutura política e administrativa (Cascaes, O irredento). A redivisão de atribuições entre a União, estados e municípios é uma necessidade urgente. Precisamos de maior autonomia, é simplesmente odioso depender da boa vontade federal para termos bons serviços essenciais que temos o direito e a obrigação de administrar. O exercício da responsabilidade é essencial à boa administração e conscientização de nossos deveres de cidadão.
Vale perguntar, qual é a entropia[2] da transferência de impostos, taxas e encargos nesse processo de trânsito do dinheiro do contribuinte e dos pagadores de juros na ponte para a capital federal? Ou seja, quanto se perde nesse intercâmbio federal com o nosso dinheiro (Cascaes, ODM e racionalização do Brasil , 2013)?
A partir de 1932 o Brasil ganhou um formato feito para a viabilização do totalitarismo de esquerda ou direita.  Com dimensões continentais a Versalhes brasileira (Distância Entre As Capitais do Brasil) ficou muito mais longe, protegendo e mal educando a Corte, isso é sensato?
Ganhamos até uma geração de políticos que praticamente nasceu e Cresceu em Brasília, isso é assustador.
Mensalão? De tudo que aconteceu em 2013 o grande destaque foi o mês de junho e, em contraponto assustador (eficácia da contra propaganda), as pequenas manifestações do dia 7 de Setembro.
Vendo, lendo cartazes, ouvindo as palavras de ordem podemos afirmar que se nossos jovens carecem de propostas objetivas acertaram ao balançar os poderosos da nação além de dizer claramente que não querem o desgoverno atual.
Mais cedo ou tarde estarão ocupando cargos em todos os escalões de poder; vamos rezar, orar, fazer pensamento positivo etc. e educar, explicar e estimular a melhor opção, que não se degradem como nossas lideranças atuais. Que tenham amor à verdade e sigam os conselhos de Michel Foucault em a “A Coragem da Verdade” (Foucault - a coragem da verdade).
Agora a perversão é tanta que não haveria como prender e punir os delinquentes e criminosos que destruíram nossos sonhos de um Brasil melhor.

Cascaes
13.9.2013

Bibliografia
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[1] Após uma revolta de escravos, em 1794, o Haiti tornou-se o primeiro país do mundo a abolir a escravidão. Nesse mesmo ano, a França passou a dominar toda a ilha. Em 1801, o ex-escravo Toussaint Louverturetornou-se governador-geral, mas, logo depois, foi deposto e morto pelos franceses. O líder Jean Jacques Dessalines organizou o exército e derrotou os franceses em 1803. No ano seguinte, foi declarada a independência (o segundo país a se tornar independente nas Américas) e Dessalines proclamou-se imperador.(Wikipédia)
[2] entropia (do grego εντροπίαentropía), unidade [J/K] (joules por kelvin), é uma grandeza termodinâmica que mensura o grau de irreversibilidade de um sistema, encontrando-se geralmente associada ao que denomina-se por "desordem", não em senso comumNota 1 , de um sistema termodinâmico. Em acordo com a segunda lei da termodinâmicatrabalho pode ser completamente convertido em calor, e por tal em energia térmica, mas energia térmica não pode ser completamente convertida em trabalho. Com a entropia procura-se mensurar a parcela de energia que não pode mais ser transformada em trabalho em transformações termodinâmicas à dada temperatura. (Wikipedia)