sexta-feira, 25 de outubro de 2024

“E-lion Pusk”


“E-lion Pusk”

 

                                                                                                              por tonicato miranda

                                                                                                                 Curitiba, 23.10.2024.

 

 

        Valho-me novamente do livro da Tia Lourdes Cartas para uma médica do interior – de 1957 a 1959, p. 330, no 4.º parágrafo, para trazer um chiste vindo da simplicidade – ao mesmo tempo da graça do nosso povo –, em se tratando do entendimento do universo. Ela reproduz em seu livro o dito de um taxista de Santiago do Boqueirão - RS, há 65 anos, sobre as conquistas dos russos no espaço. Disse ele:

 

             “Ora, ‘esse pessoal’, ao invés de deixar que os habitantes de outros

             planetas venham à Terra, estão fazendo os maiores esforços para

             subir. Se há habitantes em outros astros, porque não esperar que

             venham até nós? Para eles é tão mais fácil! Basta descer.

             Para baixo todo santo ajuda, enquanto nós estamos querendo subir!”

 

       Trago aos céus da Literatura esta peça hilária sobre a ingenuidade do nosso povo porque agora deixamos de ser matutos e ingênuos. Aplaudimos as medidas adotadas pelo STF sobre a liberdade da rede social “X”. Tanto o “X”, como de outros canais de comunicação na Internet. Não são brasileiros. Assim, não podem subir, nublar nossas leis, descendo do espaço – ‘como queria o taxista’ – tão dominantes sobre nossa nação.

 

        É claro que o ‘faroeste caboclo’ ainda permeia nosso chão. Em especial em alguns rincões mais distantes das cidades mais populosas – sedes de nossas instituições. Entretanto, ainda permeiam entre nós a dignidade, o orgulho, alguma ordem. Não pode quem envia foguetes ao espaço sideral ditar regras sobre a liberdade a adotar neste Brasil, invadindo nosso espaço, determinando limites ao nosso País. Todos, nativos ou estrangeiros, têm de se adequar às leis e às regras brasileiras. Depois, mesmo tendo entreguistas e pessoas que pugnam ‘quanto pior – melhor’, não aceitamos de “X”, “Y” ou ”Zs” ditar nossa legislação, ou a forma como estabelecemos normas.

 

        Também não se trata de xenofobismo. Afinal, recebemos pessoas de todos os quadrantes da Terra para conviver e misturar conosco. Aliás, muito diferente de parcelas dominantes dos EUA, com preferências para os mais graduados e cérebros brilhantes, ou quem lhes tragam riquezas. Por aqui, nós aceitamos africanos, asiáticos, sul-americanos, esses que não tiveram oportunidades em seus países de origem.

 

        Tais grupos ou populações estão em situação de risco e devemos acolhê-los porque, antes de tudo, somos humanos. Temos de ser solidários ‘aos primos’ humanos. Quando os portugueses chegaram no Brasil estabeleceram a dominação sobre os silvícolas. Entretanto, agora nós somos a ‘nova indiarada’ dominante deste País. Não podemos aceitar livremente novos invasores que nem pisam aqui, apenas dominam – sem presença –, as redes sociais, subjulgando parte do nosso povo.

 

        ‘Eles que vão se catar’, diria o taxista ingênuo ao tentar brecar esta invasão, ainda que seja receptivo à visita de estrangeiros vindos do espaço. Mas espere aí!!! Aceitamos as visitas pessoais, não esta coisa pairando em nuvens. Coisas etéreas são coisas do Espiritismo. ‘Sai pra lá! Vigi!!! Vade retro, cão dos infernos’.


Nenhum comentário:

Postar um comentário