domingo, 26 de dezembro de 2021

Salvem a África e os africanos, um tremendo desafio ético

  

 

África é o terceiro continente mais extenso (depois da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3% da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de um bilhão de pessoas (estimativa para 2005[1]), representando cerca de um sétimo da população mundial, e 54 países independentes. Tem se transformado na ultima década em uma continente cada vez mais católico.[2]

Apresenta grande diversidade étnica, cultural, social e política. Dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutriçãoanalfabetismo, baixa expectativa de vida), pelo menos 21 são africanos.[3] Apesar disso existem alguns países com um padrão de vida razoável, mas não existe nenhum país realmente desenvolvido na África.[4] Maurícia e Seicheles têm uma qualidade de vida bastante razoável, como até a recente revolução também a Líbia. Ainda há outros países africanos com qualidade de vida e índices de desenvolvimento razoáveis, como a maior economia africana, a África do Sul (0,705) e outros países como Marrocos (0,676), Argélia (0,759), Tunísia (0,739), Egito (0,700), Botsuana (0,728), Cabo Verde (0,651), São Tomé e Príncipe (0,609), Congo (0,608), Gabão (0,702), Namíbia (0,645), Essuatíni (0,608), Gana (0,596), Zâmbia (0,591), Guiné Equatorial (0,588), Quênia (0,579), Angola (0,574), Camarões (0,563) e Zimbábue (0,563).[5]

A África costuma ser regionalizada de duas formas. A primeira valoriza a localização dos países e os divide em cinco grupos: África setentrionalÁfrica OcidentalÁfrica centralÁfrica Oriental e África meridional. A segunda regionalização usa critérios étnicos e culturais, como a religião e etnias predominantes em cada região, sendo dividida em dois grandes grupos, a África Branca ou setentrional, formada pelos oito países da África do norte, mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África Negra ou subsaariana, formada pelos outros 44 países do continente.

 (África, s.d.)

Diariamente somos bombardeados com mídia a favor do Meio Ambiente, Paz e Amor, Democracia, Baleias, Amazônia, Saúde etc.

Todo dia poderemos acompanhar as notícias internacionais, principalmente em canais de comunicação e informação estrangeiros.

Alguns poucos dão à África[1] a relevância que merece[2] o continente de onde nossos primeiros ancestrais saiu e onde centenas de milhões continuam existindo.

O cristianismo[3] demorou a se desenvolver na África e isso foi pretexto trágico e irônico para a escravidão a favor de europeus que vieram para a América e aqui desenvolveram atividades os mercadores de africanos exploravam.

sendo que já há tempo antes ela existisse entre nações africanas.

O passado desse imenso continente é repleto de contradições, oscilando entre extremos.

A Democracia é um padrão de organização política que exige maturidade. A importação de modelos, a imposição de sistemas, o amadurecimento forçado estraga as frutas, pior ainda na formação de nações.

Os EUA deram uma demonstração inequívoca das mensagens tipo faça o que eu mando, não faça o que eu faço. Seis de janeiro de 2021 entraram para a história da Democracia como um dia de vergonha e repugnância liderado pelo seu ex-presidente.

A América Latina só não mergulhou em conflitos regionais porque no Brasil a Monarquia se impôs e depois uma República severa, mas as “banana republics”[4] mostram que podem ter recaídas fragorosas.

A África virou pasto da Europa, qual foi o resultado?

A pandemia ilustra um cenário assustador para toda a Humanidade. Atrasos na imunização dão tempo para muitas variantes vencerem a corrida contra as vacinas.

Qual é a solução para tudo isso?

A OMS e seu presidente implora atenção para seu continente (DIRETOR DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) CHORA EM APELO CONTRA A COVID-19: “POR QUE É TÃO DIFÍCIL PARA OS HUMANOS SE UNIREM?”, s.d.).

Após as guerras mundiais muitos países exigiram indenizações. o Holocausto foi um modelo de reparação que ainda não terminou. e a África[5]? o tratamento dado aos povos africanos é justo? por que a diferença[6]?

O continente gradativamente reage e assim as guerras de libertação surgiram para acabar com a dominações explícita, mas as maldades não terminaram.

Geopolítica, racismo, exploração de riquezas naturais, a devastação ambiental e a ausência de atenção para o que a África representa para todos nós é flagrante e merece cuidados fortes e objetivos de todas as nações do mundo.

Esse grande líder e Nelson Mandela (Nelson Mandela, s.d.) souberam fazer da luta sem violência[7] a arma a favor da luta contra o Apartheid (Apartheid, s.d.).

Que belo e oportuno exemplo para os brasileiros.

 

 

 



[1] A África é um continente de muitas regiões, com diversas populações falando centenas de idiomas diferentes e praticando uma variedade de culturas e religiões. Essas diferenças também têm sido fonte de muitos conflitos desde milênios. Como a história da África, as guerras no continente são frequentemente divididas por região. O norte da África fazia parte das culturas mediterrâneas e era parte integrante da história militar da antiguidade clássica, e a África Oriental historicamente teve vários estados que muitas vezes lutavam com alguns

 

Adeilson Nogueira. Guerras Africanas (p. 8). Edição do Kindle.

[2]

[3] Entre os séculos xv e XVI, seguidas bulas papais deram a justificativa religiosa e o respaldo político de que os portugueses precisavam para conquistar novos territórios na África e escravizar seus habitantes. Foram três as mais importantes. Na primeira, intitulada Dum diversas, de 18 de junho de 1452, o papa Nicolau V autorizava o rei de Portugal a atacar, conquistar e subjugar os mouros sarracenos, pagãos e outros “inimigos de Cristo”, capturar seus bens e territórios, escravizá-los e transferir suas terras para a Coroa portuguesa de forma perpétua. Em outra bula de Nicolau V, a Romanus Pontifex, de 8 de janeiro de 1455, chamada pelos historiadores de “carta régia do imperialismo português”, o príncipe dom Henrique, o Navegador, foi autorizado a escravizar não apenas os muçulmanos, mas todos os pagãos que se encontrassem entre o Marrocos e a Índia — ou seja, toda a população do continente africano mais grande parte da Ásia. Essa mesma bula dava uma suposta explicação filosófica e teológica que seria usada para justificar a escravidão e o tráfico negreiro pelos quatro séculos seguintes: era uma forma de salvar a alma dos cativos ao convertê-los ao cristianismo. Dizia o texto do papa: Muitos guinéus e outros negros tomados por força e alguns também trocados por mercancias não proibidas, ou angariados por qualquer outro legítimo contrato de compra, foram levados para os ditos reinos [Portugal e Algarve], onde um grande número deles foi convertido à Fé Católica, esperando que com a clemência divina [...] pelo menos se salvem em Cristo muitas de suas almas.[11]

Gomes, Laurentino. Escravidão – Vol. 1 – Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares (pp. 301-302). Buobooks. Edição do Kindle.

[4] República das bananas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

República das bananas é um termo pejorativo para um país, normalmente latino-americano, politicamente instável, submisso a um país rico e frequentemente com um governante corrompido e opressor, revolucionário ou não, ou por uma junta militar.[1] Sua economia é, em grande parte, dependente da exportação de monoculturas, tais como bananascafélaranjas ou cana-de-açúcar, ou até mesmo a extração de minerais.

Normalmente, tem classes sociais estratificadas, incluindo uma grande e empobrecida classe trabalhadora e uma plutocracia que compreende as elites de negócios, política e militares[2] (embora o nível de desigualdade social da América Latina seja, atualmente, menor do que em alguns países desenvolvidos).[3] Esta oligarquia político-econômica controla as produções do setor primário e, assim, explora a economia do país.[4]

 

[5] por último as regiões florestadas próximas à linha do Equador povoadas, nela e abaixo desta linha até ao Cabo, por centenas de tribos de negros, todas pobres, monocultoras, adeptas de religiões anímicas e em permanentes conflitos étnicos (um eufemismo de tribais). Os brancos racistas negam aos povos africanos o seu direito mais sagrado: a memória, a história e por extensão, a sua identidade. Tal visão sectária não  se  limita  a  aspectos  geográficos e culturais. A História também é maltratada. Não só o conhecimento do passado africano produzido pelo mundo ocidental é incompleto, mas, principalmente, a História partindo do olhar africano é quase desconhecida, tanto na Europa — seu maior explorador — quanto no resto do mundo. HEGEL, G.W.F. Curso de filosofía da história. Citado por KI-ZERBO, Joseph. História da África negra. volume 1. p. 10

Milani, Martinho. Genocídio no Congo: Leopoldo II, o Imperialismo e o Holocausto Africano ( 1885-1908) (p. 2). Edição do Kindle.

 

[6] Os africanos entre representações. A invenção da África na Modernidade e os Espelhos Africanos Despedaçados31 Os ingredientes encontrados no imaginário coletivo português sobre os africanos, por serem frutos das relações e conexões específicas traçadas nos últimos séculos, acabam por ganhar um tom de certa exclusividade. As especificidades que caracterizaram as relações entre portugueses, africanos, afrodescendentes e a África, além dos componentes ligados à história de cada um desses espaços relacionais e sociedades, nos fazem acreditar que certas percepções mentais são mais nítidas ou mais divulgadas em apenas uma dessas fronteiras relacionais. Tais referências imagéticas permaneceram, muitas vezes, no campo dos olhares depreciativos, colonialistas e racistas, mesmo que, às vezes, atentem para as diversidades e singularidades na África.

Oliva, Anderson Ribeiro. Lições sobre a África: Colonialismo e Racismo nas Representações . Editora Appris. Edição do Kindle.

[7] Cada um de nós já viveu situações em que precisou perdoar. E cada um de nós já viveu situações em que precisou ser perdoado. E viverá muitas outras. Ao nosso próprio modo, somos todos neuróticos. Devido a essas neuroses, ferimos uns aos outros. O perdão é a jornada que empreendemos em direção à cura das neuroses. É como nos tornamos completos novamente. Seja em relação ao torturador que me supliciou brutalmente, à esposa que me traiu, ao patrão que promoveu outro no meu lugar ou ao motorista que me deu uma fechada quando eu ia para o trabalho, eu enfrento a mesma escolha: perdoar ou me vingar. Enfrentamos a escolha de perdoar ou não como indivíduos, como famílias, como comunidades e como um mundo profundamente interconectado.

 

Tutu, Desmond; Tutu, Mpho. O livro do perdão (p. 12). Editora Valentina. Edição do Kindle.