Não apagar incêndio com gasolina
Hoje, dia 7 de setembro de 2015, poderia ser um dia de festa
e orgulho nacional. Criminosamente, contudo (isso as operações Lava Jato,
Zelotes, Mensalão etc.), o Brasil está no início de mais um longo período de
crise, talvez. Os mais jovens não sabem o que isso significa, logo irão descobrir,
que batismo!
Manifestações até hipócritas centram o fogo contra uma
senhora que decidiu errado; em sua vaidade suprema fez o diabo para se
reeleger. Agora precisa de hiper-sistemas de proteção. Para felicidade dela e
de seus asseclas a linha de sucessão presidencial pode colocar gente muito pior
em seu lugar, se ela deixar um comando a essa altura difuso de nosso país.
Nesse momento da tragédia kafkiana em que estamos a crise é
uma realidade de prazo indeterminado, afinal milhões de brasileiros serão “punidos”
com a perda de benefícios, recursos para a Educação, Saúde, Segurança, promoção
de postos de trabalho etc. Estarão sem os benefícios do Estado em momentos que
não voltarão...
Tudo poderá piorar, contudo. O essencial é valorizar aqueles
que estão desmontando essa bomba poderosíssima que de tempos em tempos explode
em nossa terra. Parece-nos que até o Ministro Levy acerta ao apertar nossa
gente, devemos aprender a manter eterna e onipresente vigilância e adquirir
coragem, sensibilidade, determinação para reagir ao primeiro sinal de atos
maldosos contra o nosso povo. A responsabilidade é função do grau de
conhecimento, cultura, amor ao próximo, competência etc. que muitos que agora
se esgoelam em manifestações tinham para agir contra a corrupção (em todos os
níveis), silenciaram por quê?
A crise e os inquéritos são necessários, ainda que dolorosos
para os familiares de pessoas que até pouco tempo tinham padrões de vida social
e material típica de potentados. Felizmente existem heróis, pessoa agora
conhecidas apoiadas por centenas ou milhares de outras que talvez nunca sejam
nominadas com destaque agindo em nome de leis e poderes constitucionais.
O Brasil está no meio de uma mistura de muitos cataclismos
sociais e políticos preparados a longo tempo, precisa sobreviver com ajustes
mais do que necessários ao rompimento com um passado doentio, podre.
De que jeito, onde teremos o caminho do convencimento?
Naturalmente a mídia comercial, extremamente importante,
regula suas propostas. Temos, contudo, algo que não existia, a internet, as
redes sociais, os celulares etc.; não é à toa que os políticos e lideranças
privilegiadas queiram aumentar custos e dificuldades de acesso à WEB.
Corporações ofendidas e classes sociais punidas com os
ajustes são essenciais a politização positiva. No Paraná a professores e
professoras do segundo grau terão motivação para atuarem energicamente e no
Brasil inteiro pessoas aposentadas, contribuintes, empreendedores, moradores de
áreas mais pobres, funcionários da ativa de empresas públicas e privadas devem
ter disposição para repensar comportamentos de militância política.
O fundamental, aí o mais difícil, é ter paciência e acreditar
em pessoas maravilhosas que estão abrindo a barriga do monstro. No Paraná, com
muito orgulho sede da Operação Lava Jato, estamos aprendendo muito.
Na história da Humanidade a evolução dependeu acima de tudo
de estadistas, grandes juízes, promotores, empreendedores de justiça e
disciplina sadia. Gente dessa espécie soube transformar países da pior espécie
em exemplos universais. Agora é a nossa vez. No devido tempo terão as
homenagens que merecerem; não agora, qualquer honraria pode esconder fórmulas
de cooptação, afinal a aceitação da “delação premiada” está tirando o sono de
muita gente. O Supremo Tribunal Federal está mostrando personalidades surpreendentes
(que é sensível aos sonhos brasileiros) apoiando aqui um juiz federal que já
entrou para a nossa história.
Cascaes
7 de setembro de 2015
10:30 horas da manhã
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