“E-lion Pusk”
por tonicato miranda
Curitiba, 23.10.2024.
Valho-me novamente do livro da Tia
Lourdes Cartas para uma médica do interior – de 1957 a 1959, p. 330, no 4.º
parágrafo, para trazer um chiste vindo da simplicidade – ao mesmo tempo da
graça do nosso povo –, em se tratando do entendimento do universo. Ela reproduz
em seu livro o dito de um taxista de Santiago do Boqueirão - RS, há 65 anos,
sobre as conquistas dos russos no espaço. Disse ele:
“Ora, ‘esse pessoal’, ao invés de
deixar que os habitantes de outros
planetas venham à Terra, estão
fazendo os maiores esforços para
subir. Se há habitantes em outros
astros, porque não esperar que
venham até nós? Para eles é tão
mais fácil! Basta descer.
Para baixo todo santo ajuda,
enquanto nós estamos querendo subir!”
Trago aos céus da Literatura esta peça
hilária sobre a ingenuidade do nosso povo porque agora deixamos de ser matutos
e ingênuos. Aplaudimos as medidas adotadas pelo STF sobre a liberdade da rede
social “X”. Tanto o “X”, como de outros canais de comunicação na Internet. Não
são brasileiros. Assim, não podem subir, nublar nossas leis, descendo do espaço
– ‘como queria o taxista’ – tão dominantes sobre nossa nação.
É claro que o ‘faroeste caboclo’ ainda
permeia nosso chão. Em especial em alguns rincões mais distantes das cidades
mais populosas – sedes de nossas instituições. Entretanto, ainda permeiam entre
nós a dignidade, o orgulho, alguma ordem. Não pode quem envia foguetes ao
espaço sideral ditar regras sobre a liberdade a adotar neste Brasil, invadindo
nosso espaço, determinando limites ao nosso País. Todos, nativos ou
estrangeiros, têm de se adequar às leis e às regras brasileiras. Depois, mesmo
tendo entreguistas e pessoas que pugnam ‘quanto pior – melhor’, não aceitamos
de “X”, “Y” ou ”Zs” ditar nossa legislação, ou a forma como estabelecemos
normas.
Também não se trata de xenofobismo.
Afinal, recebemos pessoas de todos os quadrantes da Terra para conviver e
misturar conosco. Aliás, muito diferente de parcelas dominantes dos EUA, com
preferências para os mais graduados e cérebros brilhantes, ou quem lhes tragam
riquezas. Por aqui, nós aceitamos africanos, asiáticos, sul-americanos, esses
que não tiveram oportunidades em seus países de origem.
Tais grupos ou populações estão em
situação de risco e devemos acolhê-los porque, antes de tudo, somos humanos.
Temos de ser solidários ‘aos primos’ humanos. Quando os portugueses chegaram no
Brasil estabeleceram a dominação sobre os silvícolas. Entretanto, agora nós
somos a ‘nova indiarada’ dominante deste País. Não podemos aceitar livremente
novos invasores que nem pisam aqui, apenas dominam – sem presença –, as redes
sociais, subjulgando parte do nosso povo.
‘Eles que vão se catar’, diria o
taxista ingênuo ao tentar brecar esta invasão, ainda que seja receptivo à
visita de estrangeiros vindos do espaço. Mas espere aí!!! Aceitamos as visitas
pessoais, não esta coisa pairando em nuvens. Coisas etéreas são coisas do
Espiritismo. ‘Sai pra lá! Vigi!!! Vade retro, cão dos infernos’.